Atividade de Língua Portuguesa 8º ano - Professora Liliane

 

ROTEIRO E ATIVIDADES A SEREM REALIZADAS EM CASA PELOS ALUNOS, DEVIDO A PANDEMIA DE CORONAVÍRUS

8º ano 4º BIMESTRE 29/10

Professor: Liliane de Oliveira M.

Área do conhecimento: Linguagens e Códigos

Disciplina: Língua Portuguesa

Série: 8º ano B

Data: 29/10 a 05/11

Entregar por email: misquita@prof.educacao.sp.gov.br  ou entre no Clasroon

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Código da turma: 3xwxptd – VALE 12 AULAS DE 45 MINUTOS

 

Unidades Temáticas:

Conto

Objetivo(s) da aprendizagem:

Reconhecer os elementos da narrativa no gênero textual conto.

Produzir uma narrativa curta.

Habilidade (s) do Currículo Paulista

(EF69LP44) Reconstrução das condições de produção, circulação e recepção Apreciação e réplica

Metodologia:

Aula interativa via aplicativo Central de Mídias, Google sala de aula, e watsapp e blog.

Código da turma no Google sala de aula: 3wxptd

Desenvolvimento

Atividade 1:

 

 

Estudante, vamos começar? A proposta dessa aula é reconhecer e identificar os elementos narrativos presentes no gênero textual conto. “O conto parte da noção de limite, e, em primeiro lugar, limite físico”1, no sentido de que sua breve extensão material (pequeno número de páginas) vem a ser uma de suas principais “marcas” definidoras.

ANTES DA LEITURA ASSISTA:

https://www.youtube.com/watch?v=R0p9i9lDVYU

 

Aula 1:

Título da aula: MUITO BICHO

Conto

                    Trezentas onças

João Simões Lopes Neto

      - Eu tropeava, nesse tempo. Duma feita que viajava de escoteiro, com a guaiaca empanzinada de onças de ouro, vim varar aqui neste mesmo passo, por me ficar mais perto da estância da Coronilha, onde devia pousar.
      Parece que foi ontem!... Era por fevereiro; eu vinha abombado da troteada.
      - Olhe, ali, na restinga, à sombra daquela mesma reboleira de mato, que está nos vendo, na beira do passo, desencilhei; e estendido nos pelegos, a cabeça no lombilho, com o chapéu sobre os olhos, fiz uma sesteada morruda.
      Despertando, ouvindo o ruído manso da água tão limpa e tão fresca rolando sobre o pedregulho, tive ganas de me banhar; até para quebrar a lombeira… e fui-me à água que nem capincho!
     Debaixo da barranca havia um fundão onde mergulhei umas quantas vezes; e sempre puxei umas braçadas, poucas, porque não tinha cancha para um bom nado.
      E solito e no silêncio, tornei a vestir-me, encilhei o zaino e montei.
     Daquela vereda andei como três léguas, chegando à estância cedo ainda, obra assim de braça e meia de sol.
     -Ah!…esqueci de dizer-lhe que andava comigo um cachorrinho brasino, um cusco mui esperto e boa vigia. Era das crianças, mas às vezes dava-me para acompanhar-me, e depois de sair a porteira, nem por nada fazia cara-volta, a não ser comigo. E nas viagens dormia sempre ao meu lado, sobre a ponta da carona, na cabeceira dos arreios.
      Por sinal que uma noite...
      Mas isto é outra cousa; vamos ao caso.
      Durante a troteada bem reparei que volta e meia o cusco parava-se na estrada e latia e corria pra trás, e olhava-me, olhava-me, e latia de novo e troteava um pouco sobre o rastro; — parecia que o bichinho estava me chamando!... Mas como eu ia, ele tornava a alcançar-me, para dai a pouco recomeçar.
     - Pois, amigo! Não lhe conto nada! Quando botei o pé em terra na ramada da estância, ao tempo que dava as — boas-tardes! — ao dono da casa, agüentei um tirão seco no coração... não senti na cintura o peso da guaiaca!
     Tinha perdido trezentas onças de ouro que levava, para pagamento de gados que ia levantar.
     E logo passou-me pelos olhos um clarão de cegar, depois uns coriscos tirante a roxo... depois tudo me ficou cinzento, para escuro...
    Eu era mui pobre — e ainda hoje, é como vancê sabe... - ; estava começando a vida, e o dinheiro era do meu patrão, um charqueador, sujeito de contas mui limpas e brabo como uma manga de pedras...
    Assim, de meio assombrado me fui repondo quando ouvi que indagavam:
     - Então patrício? está doente?

 Obrigado! Não senhor, respondi, não é doença; é que sucedeu-me uma desgraça: perdi uma dinheirama do meu patrão...
     - A la fresca!...
     - É verdade... antes morresse, que isto! Que vai ele pensar agora de mim!...
      - É uma dos diabos, é...; mas não se acoquine, homem!
      Nisto o cusco brasino deu uns pulos ao focinho do cavalo, como querendo lambê-lo, e logo correu para a estrada, aos latidos. E olhava-me, e vinha e ia, e tornava a latir...
      Ah!... E num repente lembrei-me bem de tudo.
      Parecia que estava vendo o lugar da sesteada, o banho, a arrumação das roupas nuns galhos de sarandi, e, em cima de uma pedra, a guaiaca e por cima dela o cinto das armas, e até uma ponta de cigarro de que tirei uma última tragada, antes de entrar na água, e que deixei espetada num espinho, ainda fumegando, soltando uma fitinha de fumaça azul, que subia, fininha e direita, no ar sem vento...; tudo, vi tudo.
     Estava lá, na beirada do passo, a guaiaca. E o remédio era um só: tocar a meia rédea, antes que outros andantes passassem.
     [...]

1.    No texto lido, há palavras que podem causar estranheza ao significado. Anote as expressões cujos significados você desconhece. Que tal tentar descobrir, observando os períodos/frases em que elas aparecem? Caso não seja possível descobrir os significados, consulte o dicionário físico ou online.

2.    Após a leitura e análise do excerto do conto, responda às perguntas a seguir:

a.       Releia esse trecho: “Pois, amigo! Não lhe conto nada! Quando botei o pé em terra na ramada da estância, ao tempo que dava as — boas tardes! — ao dono da casa, aguentei um tirão seco no coração... não senti na cintura o peso da guaiaca!” Esse trecho se refere a uma das falas do narrador-personagem. Como pode ser caracterizada essa personagem, a partir da linguagem utilizada por ela?

b.    Pelas características da personagem que narra a história, em que lugar do Brasil se passam os fatos narrados? Justifique

c.     Que palavras ou expressões do texto permitem chegar à conclusão de que “cusco brasino” se refere a esse animal? Como o animal é descrito?

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Atividade 2:

 

 

3.      Vamos analisar os elementos que constituem a estrutura do conto?

a)       Lugar

b)      Tempo

c)       Personagens

d)      Narrador

e)       Enredo

4.       Agora, juntamente com a turma, oralmente e coletivamente, imaginem um final para o conto, relacionando esse final ao título do texto, de modo que evidenciem o entendimento sobre o significado das “onças” no texto.

 

         

         

         

         

 

 

 




 

Atividade 3

5.      HORA DA PESQUISA Com o apoio de pessoas da família, vizinhos, amigos ou outros, vamos buscar histórias pessoais e relatos de situações vividas ou imaginadas, em que o contato com a natureza seja parte do enredo. Os textos deverão ser apresentados, na aula 3, de forma oral ou gravados em áudios que serão postados no grupo de Whatsapp ou blog da turma. Para isso, é preciso pedir a pedir a autorização dos entrevistados, explicando a eles que se trata de uma atividade da escola, sendo que o áudio poderá ser compartilhado com outras pessoas e, por isso, apresentaremos um termo de autorização. A abordagem dos entrevistados deve ser feita com cuidado e zelo. Assim, caso haja uma situação em que possa causar qualquer tipo de constrangimento à pessoa, será melhor recomeçar a gravação. Caso não seja possível o uso do celular, você poderá apenas ouvir a história e, depois, replicá-la oralmente. É importante que os textos apresentem o local onde se passa a narrativa, como um ambiente da natureza. Tal aspecto é importante para que haja uma valorização de ações que promovam a preservação da fauna e flora, advindas de qualquer pessoa, como a preservação de nascentes e de animais, principalmente, aqueles típicos do território paulista que estão em extinção. Não se esqueça de agradecer à pessoa que colaborou com você

 

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