roteiro de aprendizagem - Português 9 a,b,c,e d - Profª Ester
ROTEIRO DE APRENDIZAGEM (17 de agosto à 21 de agosto)
Data: 14/08/2020
PROFESSOR (A) : ESTER DA ROCHA FAUSTINO SILVA
EMAIL: faustinoester001@gmail.com
DISCIPLINA : Língua Portuguesa TURMA: 9 anos A,B , C e D.
UNIDADE TEMÁTICA: O TEXTO LITERÁRIO E SUA VERSÕES
HABILIDADES:
( EF69LP55 )- Reconhecer as variedades da língua falada, o conceito de norma-padrão e o de preconceito linguístico.
(EF89LP32) Analisar os efeitos de sentido decorrentes do uso de mecanismos de intertextualidade (referências, alusões, retomadas) entre os textos literários, entre esses textos literários e outras manifestações artísticas (cinema, teatro, artes visuais e midiáticas, música), quanto aos temas, personagens, estilos, autores etc., e entre o texto original e paródias, paráfrases, pastiches, trailer honesto, vídeos-minuto, vidding, dentre outros
.
(EF09LP11) Inferir efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos de coesão sequencial (conjunções e articuladores textuais).
(EF89LP37) Analisar os efeitos de sentido do uso de figuras de linguagem como ironia, eufemismo, antítese, aliteração, assonância, dentre outras.
COMPETÊNCIAS:
Conhecimento; Comunicação; Cultura digital; Pensamento científico, crítico e Cidadania.
ATIVIDADE 1 - CONSIDERAÇÕES REFERENTE AO TEXTO LITERÁRIO
1. Antes da leitura de “Um Apólogo”, texto escrito por Machado de Assis, procure o significado para os quatro verbetes das a seguir
a) Apólogo –
b) Foco narrativo –
c) Personificacao –
d) Ironia
2. Durante a leitura, você devera:
a) Sublinhar os trechos que marcam a voz do narrador.
b) Indicar A (para Agulha), L (para Linha), AL (para Alfinete), antes dos travessões, para determinar as vozes das personagens.
c) Observar o tempo verbal utilizado pelas personagens.
Sabendo disso, a tarefa agora e fazer a leitura do texto “Um Apólogo”, utilizando os conhecimentos elencados no item 1 e os procedimentos orientados no item 2.
Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
- Por que esta você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?
- Deixe-me, senhora.
- Que a deixe? Que a deixe, por quê?
Porque lhe digo que esta com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
- Que cabeça, senhora? A senhora não e alfinete, e agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe- se com a sua vida e deixe a dos outros.
- Mas você e orgulhosa.
- Decerto que sou.
- Mas por quê?
- E boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem e que os cose, senão eu?
- Você? Esta agora e melhor. Você e que os cose?
Você ignora que quem os cose sou eu, e muito eu?
- Você fura o pano, nada mais; eu e que coso, um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
- Sim, mas que vale isso? Eu e que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e mando...
- Também os batedores vão adiante do imperador.
- Você e imperador?
- Não digo isso. Mas a verdade e que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e infímo. Eu e que prendo, ligo, ajunto... Estavam nisto, quando a costureira chegou a.
Casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou à costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana - para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia ha pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu e que vou aqui entre.
Os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima.
A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silencioso e ativo como quem sabe o que faz, e não esta para.
Ouvir palavras loucas. A agulha vendo que ela não lhe dava resposta calou-se também, e foi andando. E era tudo silencio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, ate que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile. Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha.
Espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E quando compunha o vestido da bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha, perguntou-lhe:
- Ora agora, diga-me quem e que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem e que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas?
Vamos, diga lá. Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência murmurou a pobre agulha:
- Anda, aprende tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela e que vai gozar da vida, enquanto ai fica na caixinha de costura. Faze como eu, que.
Não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico. Contei esta historia a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça: - Também eu
Tenho servido de agulha a muita linha ordinária.
Disponivel em: . Acesso em: 20 fev 2020.
Retome as anotações que você fez no texto “Um apólogo”. Observe a quantidade de personagens e o ponto de vista do narrador.
Agora, reveja as definições registradas no quadro do item 1 e, com fundamentação no texto de Machado, explique o que cada definição tem a ver com a história
Quadro de exemplos
a) Apólogo (Por que o texto foi intitulado “Um apólogo”?)
–
b) Foco narrativo (Qual e o ponto de vista do narrador de “Um apólogo”?
Que trecho exemplifica essa constatação?)
c) Personificação (Retire do texto alguns exemplos.) –
d) Ironia (Retire do texto alguns exemplos.)
–
Atividade 2 - AS VOZES DA HISTÓRIA
1. O texto “Senta e escuta” foi escrito com base no conto “Um apólogo”, de Machado de Assis. A narrativa está estruturada em cenas.
Cena 1 – Dois adolescentes conversando.
Adolescente 1: Presta atenção, cara! Nosso roteiro para o podcast começará assim: “ERA UMA VEZ ...”
Adolescente 2: Era uma vez... o quê? Vá direto ao assunto!
Adolescente 1: “Uma agulha, que disse a um novelo de linha...”.
Cena 2 – Agulha e Linha dialogando
Agulha: Por que você esta com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?
Linha: Me erra, amiga.
Agulha: Por quê? Na real! Você está com um ar insuportável? INSUPORTÀVEL... IN-SU-POR-Tà-VEL...
Você sabe! Digo o que me der na cabeça.
Linha: Que cabeça, amiga? Você não e alfinete, e agulha. Agulha não tem cabeça. Que importa o meu jeito? Cada um na sua. Se liga! Me deixa!
Agulha: Como você é afrontosa!
Linha: Sou.
Agulha: Mas, criatura, por que?
Linha: Essa e boa! Olha o bullying! Sou eu que alinhavo roupas, prendo botôes etc. etc. etc.
Agulha: Você? Esta agora e melhor. Você faz tudo sozinha? Você ignora que quem te ajuda sou eu?
Linha: Você só abre caminho, mais nada. Sou eu que prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
Agulha: Sim, mas que vale isso? Eu e que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que faz tudinho o que mando...
Linha: Vai na frente pra abrir caminho pra mim. Né, miga! Eu sou a celebridade!
Agulha: Celebridade!
Linha: Verdade seja dita: você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho pesado... Eu e que prendo, ligo, ajunto...
Adolescente 1: Estavam nisto, quando a costureira chegou, pegou o pano, pegou a agulha, pegou a linha, colocou a linha na agulha, começou a costurar.
Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos ágeis da costureira.
Agulha: Então, Linha, ainda teima no que dizia ha pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo?
Adolescente 1: A linha não respondia nada; ia andando, silenciosa e ativa como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic plic-plic da agulha no pano.
Cena 3 – Desfecho do embate
Adolescente 1: Veio a noite do baile, e a formanda vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E quando compunha o vestido da menina, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando,
acolchetando, a linha, para tirar sarro da agulha, perguntou:
Linha: Ora! Fala quem e que vai ao baile, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem e que vai dançar a valsa dos 15 anos?
Alfinete (para a agulha): Anda, aprende, bobinha. Você se cansa de abrir caminho para ela e ela e que vai curtir a vida... E agora? Tai na caixinha de costura. Faca como eu, que não abro caminho pra ninguém.
Onde me colocam, fico.
Após o contato com a diversidade de produções existentes, verifique:
a) A temática e a mesma da observada no texto de Machado, embora os recursos sejam diversos? Argumente, defendendo seu ponto de vista.
b) Qual das reproduções e a mais próxima da narrativa “Um Apólogo”, de Machado de Assis? Por quê?
3. Você acabou de conhecer algumas das possíveis versões para a exploração artística da obra “Um apólogo” e fez a leitura da versão adaptada em cenas. Sua função será criar a Cena 4.
Cena 4- Tecendo conclusões
Adolescente 1 : Moral da história
Adolescente 2 :____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
ATIVIDADE 3 - TEXTOS COMPARADOS : NÃO HÁ LIMITES PARA A CRIATIVIDADE
1. Leia o texto a seguir.
As diferentes versões são adaptações e variam conforme o objetivo do trabalho. Ja ouvimos alguém dizer “O filme esta diferente da historia do livro” e, mesmo assim, as historias, em determinados momentos, se entrelaçam, fazem lembrar a obra original. Trazem, por exemplo, menções referentes as personagens, ao enredo, ao tempo, ao espaço, ao foco narrativo, a linguagem, a pratica social, a condição de produção, ao meio de circulação.
Trabalhar um texto literário, adaptando-o para a linguagem do cinema, do teatro, das artes visuais, da música, requer identificar tema, personagem, estilo de escrita. Esse levantamento feito a partir da
leitura e do estudo do texto original serve como base para a montagem de um roteiro que pode se transformar, por exemplo, em
• paródia - Apresenta, em geral, sentidos diferentes para uma obra ja existente ou consagrada, estabelecendo novas interpretações.
• pastiche – E uma criação literária ou artística que reproduz o estilo de escritores, pintores, músicos,
por exemplo. Pode ser entendido como montagem, combinando aspectos característicos de outras obras ou autores.
• trailer honesto - E um videoclipe produzido por alguém, geralmente um fa, para divulgar um filme. Veja um exemplo em https://www.youtube.com/watch?v=kbCdeUIha7I (acesso em: 04 mar. 2020).• podcast – e como um programa de radio que transmite informações diversas de forma simples, rápida e sem custos. Pode ser acessado na forma on-line ou off-line. O podcast em vidêo e conhecido como videocast. 49407007
Sua tarefa agora será fazer a Agulha e a Linha de “Um Apólogo” interagirem com personagens de outra historia também conhecida, como “A Bela e a Fera”, “Branca de Neve”, “Harry Potter”, “Percy Jackson e o ladrão do Olimpo” entre outras narrativas baseadas em livros, filmes, series, games etc., que você e seu grupo acharem interessantes.
Boa Produção!
ORIENTAÇÕES:
Copiem as questões no caderno de LP e responda, depois envie a professora,
podendo ser pelo e-mail faustinoesteroo1@gmail.co
Poderá ser enviado pelo email ou classroom até 04-09-2020
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