Filosofia 3º Ano
ROTEIRO
DE ATIVIDADES A SEREM REALIZADAS EM CASA PELOS ALUNOS, DEVIDO A PANDEMIA DE
CORONAVÍRUS.
Entregar até o dia 04 de Setembro
Nome
do Aluno:
Número: Série:
3º
Professora:
Karla D. S. Kitzberger E-mail: karlakitzberger367@gmail.com
Disciplina: Filosofia Número
de aulas: 2
Unidade
Temática: Filosofia e Ciência
Objetivo: Fazer com que o estudante conheça a relação entre
Filosofia e Ciência.
Recursos: Internet, papel e caneta.
Devolutiva: a devolutiva será feita por e-mail ou WhatsApp.
Habilidades:
1. Relacionar
informações de fontes variadas com conhecimentos de situações diversas, para
construir argumentação consistente. 2. Compreender e diferenciar discurso
filosófico e discurso científico.
Competências:
·
Conhecimento.
·
Pensamento
científico, crítico e criativo.
ATIVIDADE
(90 MINUTOS)
Filosofia e Ciência: uma origem comum e
um destino de separação
No momento de origem da Filosofia,
na Antiguidade Grega, não havia distinções entre Filosofia e Ciência. Filosofia
era considerada o conjunto de todos os conhecimentos: físicos e metafísicos. A
leitura dos textos de Aristóteles, por exemplo, revela que esse autor escreveu
tanto sobre a alma como sobre a natureza, sem diferenciar os campos de
conhecimento científico e filosófico, como fazemos atualmente. O saber filosófico contemplava uma
enorme diversidade de conhecimentos, uma vez que os primeiros filósofos
refletiam sobre questões relativas a campos que hoje são identificados como
Matemática, Biologia, Física, Lógica, Música, Teatro, Astronomia, Política e
Ética.
O mundo a ser compreendido abarcava questões
em torno de dois grandes temas: a natureza e o homem. E, como não havia acúmulo
de conhecimentos associados a nenhum dos dois temas, a Filosofia foi se
constituindo como um campo amplo de perguntas e respostas sobre o mundo natural
e o mundo humano.
Essa abordagem ampla da Filosofia
preservou-se até o período medieval, quando a Teologia se constituiu como campo
dos estudos sobre Deus e sobre a fé.
A partir do Renascimento e durante a Idade
Moderna, a Física, a Matemática, a Química e a Biologia foram conquistando
autonomia em relação à Filosofia e delimitando campos específicos de
investigação de seus objetos, em um processo que se estendeu por séculos.
Isaac Newton e René Descartes são autores cuja
obra registra aspectos que sugerem uma transição, na qual a Filosofia se separa
da Ciência. O livro em que Newton apresentou as leis da mecânica chama-se
Princípios matemáticos de filosofia natural. Um livro de Descartes, que se
chama Princípios de Filosofia, está dividido em quatro partes, denominadas Dos
princípios do conhecimento humano, Dos princípios das coisas materiais, Do
mundo visível e A Terra.
A formulação do método científico
foi fundamental para a separação entre Filosofia e Ciência. Esse processo teve
início no Renascimento, entre os séculos XIV e XVI, e se consolidou entre os
séculos XVII e XIX. Tal formulação determina que os conhecimentos sobre a
natureza devem ser passíveis de observação e experimentação para que seja
possível verificar hipóteses. O próprio conceito de Ciência ganha essa forte
significação de conhecimentos que podem ser observados e experimentados para
serem comprovados ou negados.
Outra ideia formulada no interior da
Ciência, sobretudo a partir do século XIX, serve para especificá-la diante da
Filosofia: a neutralidade do cientista em relação ao objeto de conhecimento.
Segundo essa concepção, de que é preciso ser neutro diante do objeto
investigado, o cientista não deveria interpretar e decidir quais dados
selecionar entre aqueles que vai encontrando no processo de pesquisa
científica. Essa concepção contemplava a visão de que os dados deveriam falar
por si próprios, sendo o papel do cientista evidenciá-los.
Muitas vezes, diante dessa
perspectiva, considera-se que, de modo geral, os filósofos posicionam-se a
partir da sua visão de mundo, a qual condiciona sua interpretação, o que
contrastaria com a neutralidade da Ciência. Filosofia e Ciência deveriam,
assim, construir caminhos separados para o conhecimento.
Coube à Filosofia orientar sua
finalidade para questionar métodos sobre o processo de conhecimento como um
todo e a reflexão sobre o sentido e o valor da vida e do mundo, com destaque
especial para as questões que cercam a existência humana. A Filosofia passou a
se dedicar a temas relativos à produção do conhecimento, como a teoria do
conhecimento; a temas relativos à linguagem, com destaque para a lógica; a
temas associados aos fundamentos da arte e da sensibilidade, próprios do campo
da estética; e a temas ligados aos valores humanos e à convivência, como a
ética. Em síntese, pode-se dizer
que Filosofia e Ciência nasceram juntas como um conjunto de conhecimentos sobre
a natureza e a sociedade humana e separaram-se gradualmente ao longo de pelo
menos seis séculos. Contribuiu para essa separação e para delimitar os
discursos filosóficos e científicos uma determinada visão de Ciência, baseada
na observação, na experimentação, na comprovação de hipóteses e em uma suposta
neutralidade. Além disso, os saberes foram se especializando, e foram sendo
criadas as disciplinas tal como as conhecemos atualmente.
Porém, nos séculos XIX e XX, uma
nova visão de Ciência foi formulada, com base na ideia de que nem sempre são
possíveis comprovações ou experimentações e de que é impossível a neutralidade
do cientista, uma vez que ele necessariamente interpreta, seleciona e se
posiciona de forma interessada diante dos dados que analisa.
Pode-se destacar algumas aproximações entre
discurso filosófico e discurso científico, como:
·
ambas as modalidades de investigação são
inspiradas pela curiosidade e por um conjunto de perguntas sobre a realidade;
·
filósofos e cientistas fazem um esforço para
esclarecer as suas ideias;
·
ambos
constroem uma argumentação que permita a comunicação dos saberes formulados,
investigados;
·
ambos usam metáforas para oferecer imagens
mais próximas de saberes já conhecidos, no esforço para comunicar novos
conhecimentos; Como diferenças entre esses discursos, pode-se destacar:
·
a
Filosofia utiliza diversos gêneros textuais para expressar suas ideias: cartas,
poemas, diálogos, ensaios etc. A Ciência não faz uso de tantos gêneros
textuais, e seu gênero é o relatório de pesquisa e o artigo científico.
·
a
Filosofia questiona métodos e finalidades da Ciência. A Ciência utiliza
instrumentos para construir dados, enquanto a Filosofia não está associada ao
uso de instrumentos;
·
os
termos usados pela Ciência costumam ser definidos de forma que o seu significado
possa ser generalizado. Em Filosofia, um termo ou expressão pode ter diferentes
significados, dependendo do contexto e da argumentação feita por cada autor.
Exemplo: a palavra “átomo”, em Química, e a palavra “sujeito”, em Filosofia. É
comum usarmos as expressões: “Marx entende o sujeito como...”; “Para Foucault,
o significado da palavra sujeito é...”; “Em Deleuze, o sujeito é...”; ou
“Descartes afirmava que o sujeito constitui-se em...”.
Além dessa reflexão sobre a diferença entre os
textos filosóficos e científicos, a experiência de leitura desses dois tipos de
discurso contribuirá para o reconhecimento não apenas das marcas próprias de
cada um, mas, sobretudo, de sua importância para a formação do cidadão.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.
Responda
1. Os
procedimentos de pesquisa para elaborar um texto filosófico e um texto
científico são os mesmos? Justifique sua resposta.
2. Como
se pode definir a Filosofia, se comparada com o discurso científico?
3. Destaque três aproximações entre o discurso
filosófico e científico.
4. Existe
alguma colaboração entre ciência e a Filosofia?
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