Professor: João de Almeida - Disciplina: História Ensino Fundamental 8 ano C e D

Professor: João de Almeida
E-mail: joaoalmeida@prof.educacao.sp.gov.br
Disciplina: História Ensino Fundamental 8 ano C e D
Título: Gripe Espanhola Semana de 18 a 22/05
HABILIDADES:
H01 - Identificar as principais contribuições da cultura antiga em seus múltiplos aspectos –
para a conformação das sociedades contemporâneas.
H26 - Relacionar os sistemas histórico-sociais de notação do tempo às funções e atividades
desenvolvidas pelos vários agentes sociais (tempo da natureza, horas canônicas, tempo do
mercador, tempo-mercadoria).
Leia o Texto abaixo e Responda as questões E assista o vídeo como complementação.
https://www.youtube.com/watch?v=_gm66nW1Jek
Durante a Primeira Guerra Mundial, em meados de agosto e início de
setembro de 1918, algumas pequenas notícias sobre um estranho mal
começaram a aparecer nos jornais da capital federal, sem contudo despertar
grande atenção das autoridades públicas e da população em geral. Desde o
mês de maio, a Europa e a África eram assoladas por uma doença
epidêmica, cujo diagnóstico era incerto. Somente no final do mês de
junho, vinda de Londres, obteve-se a informação de que se tratava de gripe ou
influenza, e que já teria se alastrado por vários pontos da Europa. A alcunha de
espanhola provinha do fato de que em terras da Espanha não se fazia segredo
dos estragos feitos pela epidemia, ao contrário de muitos países que buscaram
suavizar o impacto do mal reinante sobre suas sociedades .

A explicação para a imputação do nome espanhola tem raízes
políticas, devendo-se também à posição de neutralidade da Espanha durante a
Primeira Guerra Mundial, assim como às demonstrações de simpatia por parte
de uma facção do governo espanhol pelos alemães, fazendo com que a
alcunha atribuída à moléstia – espanhola – ganhasse mais amplitude
política, principalmente por iniciativa da Inglaterra . A idéia de 'esconder' a

doença foi sustentada no início da epidemia por instituições de prestígio, como
a Royal Academyof Medicine de Londres. Mas, em meados de setembro de
1918, poucos ainda acreditavam em sua suposta origem espanhola. A censura
imposta pelos meios militares foi fator comum no período.

Muitos países adotaram a censura às notícias sobre a epidemia, visto que a
gripe afetou profundamente a capacidade bélica dos exércitos, fazendo com
que ela fosse conhecida, primeiramente, como febre das trincheiras. Bom
exemplo disso foi como o mal reinante acarretou a frustração dos planos de
batalha do exército alemão, impondo o fracasso da ofensiva de julho de
1918. Esse plano militar quase levou a Alemanha, sob o comando do general
Erich von Ludendorf, a ganhar a Primeira Guerra Mundial. Enquanto, na
Europa, a espanhola se disseminava, no Rio de Janeiro, capital da
República, as notícias sobre o mal reinante eram ignoradas ou tratadas com
descaso e em tom pilhérico, até mesmo em tom de
pseudocientificidade, ilustrando um estranho sentimento de imunidade face à
doença.
Tal ordem de sentimento denunciava, por um lado, a total desinformação
e o desconhecimento da sociedade sobre o problema que a ameaçava; e, por
outro, escondia o medo da população, que via nas medidas sanitárias um
pretexto para a revitalização daquelas consideradas coercitivas. Tal ordem de
medidas, muitas críticas rendeu à figura do sanitarista Oswaldo Cruz, em sua
gestão na Diretoria Geral de Saúde Pública, durante o governo de Rodrigues
Alves (1902-1906), instaurando uma tirania sanitária que deu origem a grandes
tensões sociais e desencadeou a conhecida Revolta da Vacina (Sevcenko,
1984; Benchimol, 1992).
Em outro artigo de A Careta, tal posição ficava explícita quando se
afirmava que a ameaça da gripe espanhola trazia um perigo bem maior, "a
ameaça da medicina oficial, da ditadura científica", pois a Diretoria Geral de
Saúde Pública, "tomando providências ditatoriais, ameaçava ferir os direitos
dos cidadãos com uma série de medidas coercitivas, (...) preparando todas as

armas da tirania científica contra as liberdades dos povos civis" (A Careta, n.
538,12.10.1918, p. 28).
Geralmente, as epidemias desencadeiam distúrbios sociais e políticos
como forma de reação da população aos estritos controles e regulamentos
impostos pelas autoridades, e pela carga de preconceitos embutidos nas
formas de lidar com essa reação (Evans, 1992)
Historicamente, epidemias e ideologias se difundem da mesma forma,
proporcionando o aparecimento de conflitos sociais e de resistência ao
intervencionismo e às tentativas de medicalização da sociedade. A
classificação de um estado como doença não é um processo socialmente
neutro, e, na administração de saúde, torna-se uma linha tênue entre
legitimação e estigma. Ao mesmo tempo, o impacto causado pela doença
epidêmica sobre a sociedade podia transformar-se em fator de legitimação da
intervenção do governo, por meio de uma legislação que estabeleceria uma
forma de controle social, reformulando as relações entre indivíduos e entre
indivíduos e as instituições (Augé e Herzlich, 1995).
A população demonstrara medo e preocupação com as possíveis
medidas a serem tomadas pelas autoridades responsáveis pela saúde pública.
Imperou a visão de que se fazia muito alarde por causa de uma doença
corriqueira – uma simples "limpa-velhos". Uma doença tão pouco conhecida se
transformara, naquele ano de 1918, em um grande desafio a ser vencido pela
sociedade.
O índice de mortalidade e de morbidade apresentados pela influenza de
1918, o rápido período de incubação e o elevadíssimo número de óbitos foram
alguns fatores que fizeram da 'gripe espanhola' um acontecimento único em
todos os sentidos.
- Texto retirado e resumido
de: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59702005000100006
QUESTÃO 1 –

Porque a pandemia da influenza de 1918 recebeu o nome de gripe espanhola?
QUESTÃO 2 –
Qual é a relação entre a primeira guerra mundial e a pandemia da gripe
espanhola?
QUESTAO 3 –
Quais fatores levaram ao aumento expressivo no número de mortes e
infectados pela gripe espanhola que levaram a influenza a tornar-se uma
pandemia?
QUESTÃO 4 –
Considerando que devemos conhecer a história para não repeti-la, compare os
acontecimentos da Gripe Espanhola de 1918 com a realidade que estamos
vivendo em meio a pandemia do Corona-Virus em 2020. (mínimo 10 linhas)

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